Já ficam aqui estrategicamente para que meu olhar possa ser invadido pelas doces lembranças que deixaram e minha alma nessas se enternecer.
Foram pais simples, honrados e de pouca conversa. Nos criaram como foram criados e penso que esse foi o maior legado que nos deixaram.
O pai nos deixou quando eu tinha 15 anos e nada sabia de mim mesma. Foi um duro e solitário aprendizado sem ele. Mas as lembranças da boa infância sempre me ajudaram.
A mãe a vida nos apresentou com sua partida ja aos 86 anos - 2006 - (podia ter ficado um pouquinho mais) e eu já com meus 46, já com bagagem de vida e um filho de 10 anos, criado com sua bela, amorosa e inesquecível parceria.
Trato essa casinha com o meu maior amor e respeito e tento preservar suas origens, mudando apenas o necessário. Nada de vaidades que possa apagar os resquícios de lembrança .
Muitos anos atrás, tava nos de 10, me incentivaram a escrever para o Caldeirão para aquele reforma do lar. De tanta insistência o fiz.
Graças a Deus não foi sorteada, penso que nem lida, e depois ainda me senti tola depois do episódio.
Imagina, ver esse lugarzinho todo transformado sem a nossa cara, com o sentimento das lembranças que emergem abafados, sufocados?! Nenhuma decoração compensara essa dor.
Penso ainda em.fazer algumas modificações e todas pela preservação da casa, e alguns necessários confortos, apenas.
Amo tudo que aqui respira por entre mim.
Entre elas, a sua cadeira.
Volta e meia retorno aqui para falar de meus pais, pois as lembranças me pedem isso. Pois já dizia o poeta que recordar é viver.
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