~ Encontros e Despedidas ~

https://youtu.be/90pI4xNf-8I

terça-feira, 13 de novembro de 2012

As cartas de amor

 “Todas as cartas de amor são ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas”


peseudônimo 
de Fernando Pessoa



Desde que  assisti o filme  Sex and the  City ( e tem tempo isso) e numa cena a personagem Carrie Bradshaw,   deitada em sua cama ao lado do namorado, folheava um livro de cartas de amor de homens notáveis e citava  trechos de uma carta de Beethoven, fiquei extremamente curiosa a respeito desse livro. E disse a mim mesma que leria   esse livro. Pois uma romântica assumidíssima, incorrígível e tola,  e hoje triste ao se olhar no espelho e saber-se assim, não perderia por nada a delícia e o conforto de saber que os notáveis também escreveram cartas de amor rídiculas como as sua. Esse conhecimento foi de grande consolo.

O que eu não sabia (e soube dias atrás) é que esse livro citado no filme na época e que na verdade não existia   foi muito procurando, despertando assim em Ursula Doyle  o desejo de transformar ficção em realidade.



Assim nasceu   Cartas de amor de homens notáveis por Ursula Doyle - Editora Best Seller.

Curiosíssima e já me esbaldando em tanto romantismo, pelo que sei  irei ler,  não aguentei esperar comprar para comentar (o que pretendo fazer   da  próxima vez que for no Fashion Mall, dando  uma esticada até a Livraria Cultura),  deixando agora umas breves linhas sobre tal. 

Não pretendo ficar só nesse livro, pois pesquisando anteriormente encontrei outra referência que agora não localizei aqui,  de uma livro sobre o mesmo tema e que  li parte do prefácio  já amando. E como amo prefácios que se prezam e esse foi belamente escrito por um professor de filosofia da USP, pretendo adquiri-lo. 

E ainda tem essa matéria na SuperInteressante muito legal e que deixo aqui, 

5 cartas de amor escritas por personagens históricos


O que sei, é que hoje já não me sinto solitária em minha ridicularidade ao ter escrito as mais sinceras, desarmadas, belas e exuberantes  cartas de  amor  de toda a minha vida e que maldosa, perversa   e insensivelmente tiveram o sarcástico destino de SPAM. E que agora, bem depois, tem um efeito retardatário de não compreensão sobre o meu coração.

São cartas lindas e que hoje ao reler (semana passada fiz isso e agora penso em me livrar delas) estão muito distantes da denise que as redigiu. Até me fez sentir  um certo desprezo ter escrito tais.
Era  denise ingênua, simples, doce, crédula, cheia de ilusões e que maldosamente foi chamada de doente por ter essa  capacidade  de agarrar-se as ilusões.
Na época, esse  amor tão destemido, arrojado e totalmente autosuficiente, não recuou diante das injúrias sofridas e nem deixou de agigantar-me, mesmo não sendo correspondido. E prosseguiu. 

Mas o tempo passou e nada aconteceu. Nada do que esperava. Só o que não prestava me foi ofertado.

Hoje, moribundo, sem nenhum glamour, paciente terminal, um amor doentinho, sorri tristemente do que  foi outrora e que sabe não poder voltar a ser. Pois aquela denise envelheceu, enfraqueceu. E que solitariamente , mas em paz,  espera o dia em que fechará esses olhos seus,  agora  livres doidamente de suas ilusões.

Penso em trazer sementes dessas cartas e deixar aqui, pois a denise que as escreveu e viveu fez melhor meu coração. Tem algo que falo sobre perdão que é tão diferenciado. Que na época vivi.

Cara, eu choro quando me vejo  nelas.
(esse ano estou sofrendo um processo de dor atrasada por tudo sofrido )

Só falta escolher o título do marcador que as irá acolher. Quem sabe SPAM?
Para eu me lembrar de nunca mais escrever cartas ridículas de amor.





2 comentários:

denise senra disse...

Hoje voltei a visitar meu bloguinho.
Que delicia ter encontrado essa postagem assinalada como visto por alguém neste mês.
No final deste meu adoravel texto eu gargalhei gostosamente com a frase "para eu me lembrar de nunca mais escrever cartas ridulas de amor"
Meu Deus, como a gente pode suspeitar de que as lagrimas de ontem podem vir a ser os risos de hoje. Ah, se eu soubesse nao teria sofrido tantos anos! Ha tempo para rodas as coisas e inclusive o tempo findo de sofrer por amor.

denise senra disse...

Ah, esqueci de dizer que não comprei o dito livro. E nao pretendo mais. Mas conitnuo adorando os prefácios.