“Todas as cartas de amor são ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas”
peseudônimo
de Fernando Pessoa
O que eu não sabia (e soube dias atrás) é que esse livro citado no filme na época e que na verdade não existia foi muito procurando, despertando assim em Ursula Doyle o desejo de transformar ficção em realidade.
Assim nasceu Cartas de amor de homens notáveis por Ursula Doyle - Editora Best Seller.
Curiosíssima e já me esbaldando em tanto romantismo, pelo que sei irei ler, não aguentei esperar comprar para comentar (o que pretendo fazer da próxima vez que for no Fashion Mall, dando uma esticada até a Livraria Cultura), deixando agora umas breves linhas sobre tal.
Não pretendo ficar só nesse livro, pois pesquisando anteriormente encontrei outra referência que agora não localizei aqui, de uma livro sobre o mesmo tema e que li parte do prefácio já amando. E como amo prefácios que se prezam e esse foi belamente escrito por um professor de filosofia da USP, pretendo adquiri-lo.
E ainda tem essa matéria na SuperInteressante muito legal e que deixo aqui,
5 cartas de amor escritas por personagens históricos
O que sei, é que hoje já não me sinto solitária em minha ridicularidade ao ter escrito as mais sinceras, desarmadas, belas e exuberantes cartas de amor de toda a minha vida e que maldosa, perversa e insensivelmente tiveram o sarcástico destino de SPAM. E que agora, bem depois, tem um efeito retardatário de não compreensão sobre o meu coração.
São cartas lindas e que hoje ao reler (semana passada fiz isso e agora penso em me livrar delas) estão muito distantes da denise que as redigiu. Até me fez sentir um certo desprezo ter escrito tais.
Era denise ingênua, simples, doce, crédula, cheia de ilusões e que maldosamente foi chamada de doente por ter essa capacidade de agarrar-se as ilusões.
Na época, esse amor tão destemido, arrojado e totalmente autosuficiente, não recuou diante das injúrias sofridas e nem deixou de agigantar-me, mesmo não sendo correspondido. E prosseguiu.
Mas o tempo passou e nada aconteceu. Nada do que esperava. Só o que não prestava me foi ofertado.
Hoje, moribundo, sem nenhum glamour, paciente terminal, um amor doentinho, sorri tristemente do que foi outrora e que sabe não poder voltar a ser. Pois aquela denise envelheceu, enfraqueceu. E que solitariamente , mas em paz, espera o dia em que fechará esses olhos seus, agora livres doidamente de suas ilusões.
Penso em trazer sementes dessas cartas e deixar aqui, pois a denise que as escreveu e viveu fez melhor meu coração. Tem algo que falo sobre perdão que é tão diferenciado. Que na época vivi.
Cara, eu choro quando me vejo nelas.
(esse ano estou sofrendo um processo de dor atrasada por tudo sofrido )
(esse ano estou sofrendo um processo de dor atrasada por tudo sofrido )
Só falta escolher o título do marcador que as irá acolher. Quem sabe SPAM?
Para eu me lembrar de nunca mais escrever cartas ridículas de amor.
Comentários
Que delicia ter encontrado essa postagem assinalada como visto por alguém neste mês.
No final deste meu adoravel texto eu gargalhei gostosamente com a frase "para eu me lembrar de nunca mais escrever cartas ridulas de amor"
Meu Deus, como a gente pode suspeitar de que as lagrimas de ontem podem vir a ser os risos de hoje. Ah, se eu soubesse nao teria sofrido tantos anos! Ha tempo para rodas as coisas e inclusive o tempo findo de sofrer por amor.