No sabia se estudava um pouquinho, para apaziguar minha consciência e todo início de semestre letivo é assim, uma indolência me move impedindo de verdade dar o pontapé inicial nos estudos. Que na verdade iniciei já alguns dias atrás e venho me arrastando.
O bom das aula presenciais nesse ponto e que tem sempre aquela primeira aula convidativa e muitos adereços para nos entusiasmar.
O ruim do EAD, e de toda solidão em si, é que não temos adereços e nem seduções para nos dar a mão dizendo: venha, te dou minha mão e te ajudo.
Enquanto me decidia o que fazer antes de dormir, e já estava demorando e consumindo meu tempo, a luz acabou.
Nossa, que coisa horrível e ficar sem luz e sem o ventinho do meu ventilador. E um vizinho para remediar o seu calor e enfado, resolveu com a esposa iniciarem uma cantoria, com um batuque num sei em que refletindo no meu telhado de PVC.
Como Gabriel tinha acabado de chegar e estava na cozinha "roendo" algumas coisinhas da geladeira que não precisavam colocar no microondas sem luz, perguntei se era ela a provocar aquele barulho irritante.
Respondeu que não e foi pesquisar de onde vinha. Por minha vez, levantei e fui na janela já aberta e olhei ao redor e foi então que descobri o talento do vizinho para me irritar em plena noite sem luz e sem um ventinho para balançar minha cortina de fio de malha creme.
Um leque redondo do tempo da minha mãe me abanava enquanto deitava, trocando de posição tentando atenuar o imenso calor.
Uma hora estava de cabeça para cima e outra de cabeça para baixo. Minha capacidade de raciocínio já afetada pelo calor não me permitiu compreender que esse exercício por aí só, só aumentava meu desconforto e irritabilidade.
Por fim, depois de um tempo a luz chegou. E em na vizinha quando a luz faltante chega é aquele rufar de tambores e gritinhos.
Meu ventilador que já deixara ligado me refrescou de cheio e nem me levantei da cama e pouco depois já estava no mais eloquente do sonho e sonhos, que ando com muita dificuldade de lembrar depois que acordo.
Assim foi minha noite ontem, o dia mesmo calorento foi mais agradável. Mas hoje vim aqui para entrete-los com esse meu relato simplório sobre a minha noite de ontem.
Como me lembra o poeta,
~ escrevemos porque não queremos morrer. É está a razão profunda do ato de escrever~ 🌹 José Saramago.
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