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Sob o sol do meu abrigo


Jung diz que o homem que não atravessa o inferno das suas paixões também não as supera.
Venho a duras penas tentando honrar o mestre. E com alegria sinto que tenho avançando alguns passos. Penso que esses passos nunca findarão. 

Há um, todavia, que insiste e  ainda arde na alma sempre que penso nele e suas consequências e hoje tento acariciá-lo, dar-lhe braços e abraços e talvez com isso abrandar sua dor.



Sob o sol do meu abrigo 
eu ia vivendo
procurando e encontrando justificativas
compreendendo  o incompreensível.
Enquanto isso, 
compilava livros
fazia amigos 
se enternecia com e por eles,
dedicando-lhes toda atenção e carinho
que sempre me negou,
e um por demais importante
acolheu e abrigou.
Recebendo os peregrinos descalços 
à sua porta,
se apropriando dos tesouros das
perspectivas
e  descobrindo que o prazer de acordar 
com  cheiro do café é o mesmo
aonde quer que veja o sol nascer
e etecera e tal.
Enquanto isso, 
ia aprendendo a me acomodar
o melhor possível e a tirar
partido da minha condição de
residente do frio silêncio
e lá aprendi a me manter aquecida
distribuindo poesia e  sorrisos, 
ainda que com o coração partido
longe do sol das perspectivas, 
a ter esperança e fé na vida.
Se hoje  me perguntares se de lá 
quero sair, não saberei responder
pois temo longe do meu abrigo,
dos espinhos e das feridas
não  saber continuar amando vc.


E assim temo que não haja 

mais esperança.
As duras penas fui tendo que aprender a viver,
e se me tornei maior em qualquer das minhas mesquinhezas
foi carregando as  ausências que amarguraram o  meu coração.

Só sabe da dor quem a sente.
Só eu sei das que senti e ainda hoje elas me embargam 
a voz e nublam os olhos.





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