Recebi um email de uma pessoa querida e agora distante. Só nos falamos por email e ainda assim pouco. Elzira é seu nome.
Foi a pessoa mais inspiradora no meu tempo de igreja (1999 a 2004). Mulher educada, inteligente, sensível e totalmente envolvida com a obra eclesiástica. Nem por isso alguém que saiu do mundo, muito pelo contrário, pois como diretora de uma escola municipal aqui no Rio engajou-se socialmente na defesa dos mais fracos e marginalizadas.
Fazendo jus a herança materna de ser crente desde que nasceu e não abandonando a igreja de forma alguma,exercendo inúmeros cargos de confiança (só não aceitando ser diaconisa por ser algo muitíssimo sério e não se sentia preparada {algo assim} ), até hoje conciliando suas atividades públicas com a da igreja e atualmente dirigindo uma Congregação junto com seu marido. E que fui carinhosamente convidada a visitar com direito a mordomia de me buscar no meio do caminho. Estou tomando coragem de ir pois ainda ficou um resquício de algo que me queima o coração quando da minha saída. E que não tem nada a ver com perdão ou não perdão, digo logo de passagem para não deixar aqui a impressão de crente amarga. É que não cabe explicar o porque disso.
Bem, dela trago as melhores lembranças e um carinho. Ainda mais agora que perdeu recentemente a sua mãe, a doce Dona Irene de quase 90 anos. Uma mulher tão valorosa quanto a filha. Senhorinha de oração. E mais ainda que está passando por um momento de enfermidade crônica na família, o Lúpus Sistêmico.
Tenho dito a mim mesma que nenhuma idéia vale uma vida, como canta o poeta, e que visitá-la, abraçá-la, tentar aquecer seu coração nesse momento de dor, angústias e incertezas, precisa estar além de minhas argumentações e limitações, assim honrando a vocação para qual fui chamada: chorar com os que choram, alegrar com os que se alegram.
Lembro-me que no dia que nos despedimos na igreja ela falou algo que não me lembro exatamente algo tipo que ela estava na igreja não por A ou B mas para cumprir seu chamado. E que um dia eu iria voltar (não sei se para aquela igreja ou uma outra). Pois a igreja era meu lugar.
Talvez ela tenha dito isso pois nos cinco anos em que lá estive passei por todos os setores, me envolvi com tudo que via pela frente. Tenho essa facilidade de abraçar as causas e pessoas. E sou de multidão, de afetos, embora essencialmente solitária por natureza. Isso é bom, o lado ruim é que sou presa fácil para aqueles que gostam (como na igreja) de entulhar a pessoa de cargos e afazeres, o que fizeram de forma bem produtiva comigo. Só não participei do grupo de louvor não porque não quisesse mas por falta de talento pois se tivesse arrumaria um jeitinho de lá estar. Não me sinto, todavia, explorada pois eu é que permiti ser tão trabalhada e sempre com minha alegria e dedicação amorosa.
Até do grupo de coreografia participei e ainda fui me apresentar em outra igreja. Não há inibição em mim. Recato sim. Eu gostava daquele frenesi de fazer n coisas. E confesso que gostei dessa vivência. Perdi umas coisas no caminho mas ganhei algo que me acompanha até hoje e que é minha sombra e água fresca nesse caminho de sol ardente de angústias e aflicóes de todos os dias. A minha fé nada eloquente, tímida e por vezes vacilante, mas doce companheira.
Deus meu, vim aqui para postar o lindo texto que recebi no email da Elzira e acabei mudando de direção, intenção.
Compreendo perfeitamente isso em mim.
Estou assim com esse tema de igreja na cabeça desde ontem quando voltei a leitura interrompida e hoje encerrada do muito bem elaborado e produzido livro de Tuco Egg, o lúcido, lindo e correto "Igreja entre Aspas - Somos Pedra ou Gente?".
Não vou falar dele aqui. Vou deixar para outro post. Até pensei em ir no seu blog e pedir permissão para transcrever muitas e lindas Sementes com que ele nos presenteia, mas não quero aparecer publicamente e nem ter que explicar que prefiro o anonimato. Então penso em arriscar, falar, plantar as Sementes e depois comunico. Até me imaginei, digo a linda Clara que existe em mim, escrevendo um lindo comentário num post bem antigo (para ninguém ler a não ser ele) e informando que tenho um lindo e doce blog (sem dar o endereço) e que no meu jardim o canteiro é perfeito para semear suas belas Sementes. A terra como muito bem cuidada acolheria as lindas flores que viriam.
Igreja entre Aspas me surpreendeu pois não gosto muito de ler pessoas escrevendo sobre a Igreja, pois os temas são sempre recorrentes, impregnados de rancores e as críticas também.
Não vejo ninguém apontando caminhos, sugerindo possibilidades e encorajando. Escrevendo não só com firmeza mas também com compaixão. Só malhando. Até titubei algumas vezes em que vinha para a net realizar a compra mas por conhecer seu lindo blog, resolvi confiar.
O Tuco não escreve com rancor. Sinto que escreve com misto de amor e dor.
É crítico sem ser amargo. É lúcido sem perder a esperança. Parece ser um cara muito especial.
O livro é todo ótimo e fácil de se ler. Um cara inteligente escrevendo de forma muito sensível, simples e direta. Sem aquelas coisas rebuscadas e metidas. E recorrendo aos maravilhosos textos bíblicos e escritores imperdíveis.
Tem um capítulo que saltou diante dos meus olhos pois nunca li ninguém falando a respeito de Deus daquela forma. Com aquela possibilidade tão desconcertante e ainda assim norteadora. Reli n vezes. O Capítulo 8.
E o Posfácio. Que maravilha! Chorei.
Uma hora dessas eu falo do livro e trago as Sementes. E também o lindo e doce Prefácio, que fascina. Foi uma surpresa muito boa.
Deixo a imagem do livro do Tuco (e o texto da Elzira querida fica para outra hora) e penso que seu livro merece mais realce, destaque e indicações, nessa internet já um pouco enfadonha e carregada de mesmices (salvo umas pouquíssimas sensibilidades) e modelitos já bem surrados. E ainda com o peso de uma grande e dolorosa e insubstituível perda literária, a sempre bela e única, imperdível e repleta de espirito jovial, sensível, irrequieto, não conformista e saltitante A Bacia das Almas, que aqui se se despede de seu leitores, fã, admiradores etc.
Foi a pessoa mais inspiradora no meu tempo de igreja (1999 a 2004). Mulher educada, inteligente, sensível e totalmente envolvida com a obra eclesiástica. Nem por isso alguém que saiu do mundo, muito pelo contrário, pois como diretora de uma escola municipal aqui no Rio engajou-se socialmente na defesa dos mais fracos e marginalizadas.
Fazendo jus a herança materna de ser crente desde que nasceu e não abandonando a igreja de forma alguma,exercendo inúmeros cargos de confiança (só não aceitando ser diaconisa por ser algo muitíssimo sério e não se sentia preparada {algo assim} ), até hoje conciliando suas atividades públicas com a da igreja e atualmente dirigindo uma Congregação junto com seu marido. E que fui carinhosamente convidada a visitar com direito a mordomia de me buscar no meio do caminho. Estou tomando coragem de ir pois ainda ficou um resquício de algo que me queima o coração quando da minha saída. E que não tem nada a ver com perdão ou não perdão, digo logo de passagem para não deixar aqui a impressão de crente amarga. É que não cabe explicar o porque disso.
Bem, dela trago as melhores lembranças e um carinho. Ainda mais agora que perdeu recentemente a sua mãe, a doce Dona Irene de quase 90 anos. Uma mulher tão valorosa quanto a filha. Senhorinha de oração. E mais ainda que está passando por um momento de enfermidade crônica na família, o Lúpus Sistêmico.
Tenho dito a mim mesma que nenhuma idéia vale uma vida, como canta o poeta, e que visitá-la, abraçá-la, tentar aquecer seu coração nesse momento de dor, angústias e incertezas, precisa estar além de minhas argumentações e limitações, assim honrando a vocação para qual fui chamada: chorar com os que choram, alegrar com os que se alegram.
Lembro-me que no dia que nos despedimos na igreja ela falou algo que não me lembro exatamente algo tipo que ela estava na igreja não por A ou B mas para cumprir seu chamado. E que um dia eu iria voltar (não sei se para aquela igreja ou uma outra). Pois a igreja era meu lugar.
Talvez ela tenha dito isso pois nos cinco anos em que lá estive passei por todos os setores, me envolvi com tudo que via pela frente. Tenho essa facilidade de abraçar as causas e pessoas. E sou de multidão, de afetos, embora essencialmente solitária por natureza. Isso é bom, o lado ruim é que sou presa fácil para aqueles que gostam (como na igreja) de entulhar a pessoa de cargos e afazeres, o que fizeram de forma bem produtiva comigo. Só não participei do grupo de louvor não porque não quisesse mas por falta de talento pois se tivesse arrumaria um jeitinho de lá estar. Não me sinto, todavia, explorada pois eu é que permiti ser tão trabalhada e sempre com minha alegria e dedicação amorosa.
Até do grupo de coreografia participei e ainda fui me apresentar em outra igreja. Não há inibição em mim. Recato sim. Eu gostava daquele frenesi de fazer n coisas. E confesso que gostei dessa vivência. Perdi umas coisas no caminho mas ganhei algo que me acompanha até hoje e que é minha sombra e água fresca nesse caminho de sol ardente de angústias e aflicóes de todos os dias. A minha fé nada eloquente, tímida e por vezes vacilante, mas doce companheira.
Deus meu, vim aqui para postar o lindo texto que recebi no email da Elzira e acabei mudando de direção, intenção.
Compreendo perfeitamente isso em mim.
Estou assim com esse tema de igreja na cabeça desde ontem quando voltei a leitura interrompida e hoje encerrada do muito bem elaborado e produzido livro de Tuco Egg, o lúcido, lindo e correto "Igreja entre Aspas - Somos Pedra ou Gente?".
Não vou falar dele aqui. Vou deixar para outro post. Até pensei em ir no seu blog e pedir permissão para transcrever muitas e lindas Sementes com que ele nos presenteia, mas não quero aparecer publicamente e nem ter que explicar que prefiro o anonimato. Então penso em arriscar, falar, plantar as Sementes e depois comunico. Até me imaginei, digo a linda Clara que existe em mim, escrevendo um lindo comentário num post bem antigo (para ninguém ler a não ser ele) e informando que tenho um lindo e doce blog (sem dar o endereço) e que no meu jardim o canteiro é perfeito para semear suas belas Sementes. A terra como muito bem cuidada acolheria as lindas flores que viriam.
Igreja entre Aspas me surpreendeu pois não gosto muito de ler pessoas escrevendo sobre a Igreja, pois os temas são sempre recorrentes, impregnados de rancores e as críticas também.
Não vejo ninguém apontando caminhos, sugerindo possibilidades e encorajando. Escrevendo não só com firmeza mas também com compaixão. Só malhando. Até titubei algumas vezes em que vinha para a net realizar a compra mas por conhecer seu lindo blog, resolvi confiar.
O Tuco não escreve com rancor. Sinto que escreve com misto de amor e dor.
É crítico sem ser amargo. É lúcido sem perder a esperança. Parece ser um cara muito especial.
O livro é todo ótimo e fácil de se ler. Um cara inteligente escrevendo de forma muito sensível, simples e direta. Sem aquelas coisas rebuscadas e metidas. E recorrendo aos maravilhosos textos bíblicos e escritores imperdíveis.
Tem um capítulo que saltou diante dos meus olhos pois nunca li ninguém falando a respeito de Deus daquela forma. Com aquela possibilidade tão desconcertante e ainda assim norteadora. Reli n vezes. O Capítulo 8.
E o Posfácio. Que maravilha! Chorei.
Uma hora dessas eu falo do livro e trago as Sementes. E também o lindo e doce Prefácio, que fascina. Foi uma surpresa muito boa.
Deixo a imagem do livro do Tuco (e o texto da Elzira querida fica para outra hora) e penso que seu livro merece mais realce, destaque e indicações, nessa internet já um pouco enfadonha e carregada de mesmices (salvo umas pouquíssimas sensibilidades) e modelitos já bem surrados. E ainda com o peso de uma grande e dolorosa e insubstituível perda literária, a sempre bela e única, imperdível e repleta de espirito jovial, sensível, irrequieto, não conformista e saltitante A Bacia das Almas, que aqui se se despede de seu leitores, fã, admiradores etc.
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