Nos momentos finais de Lucíola, até com uma certa tristeza de chegar ao fim de uma leitura que há muito, mas muito tempo mesmo, não me via nessa condição.
José de Alencar é soberto na sua escrita, sem ser rebuscado ou entendiante na exacerbação do seu lirismo.
Lucíola é simplesmente lindo e encantador, não apenas pelo enredo e sim, e principalmente, a laboriosa, exuberante e poética linhas de suas páginas.
Um verdadeiro êxtase usurfruir da nossa linda e elegante língua portuguesa tratada com todo glamour e reverência que hoje já não se vê mais. E que não me digam que seja porque o tempo não comporta. Se isso fosse verdade eu não estaria aqui agora. Em todos os tempos e espaços cabem a Beleza.
José de Alencar não é meramente um escritor que escreve bonito e perfeito. Tem alma. É vívido. E seus livros, os que já li, nos leva e enleva, como se estivessemos mergulhados em seus enredos. E isso não é mérito de um escritor comum, alguém que redige umas tantas e milhares de linhas por vezes até suntuosas (e vendáveis) mas soando (ou zoando, talvez fosse melhor) vago no coração ainda que muito no intelecto.
Escrever é muito mais um ato de virtude do que apenas conhecimento e talento. Não basta escrever, mas a(u)tuar no que se escreve.
Para isso é preciso ler e sentir que o Autor está inserido no que escreve. E não apenas que elaborou mais um história linda.
Deve existir outros; conheço apenas um. Com tamanho (não parecido porque cada um tem seu deslumbre e brilhantismo) igual. Suas linhas sempre zoam no meu coração e desde a primeira vez que o li.
José de Alencar e mais um, são autores tomados por seu ambiente sublime. Sua vocação para nos encantar através de seus manuscritos.
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